Como escolher tênis de corrida? Características a analisar e 10 dicas para você não errar na escolha

Entre diversas marcas e modelos, saber como escolher um tênis de corrida pode ser algo bem complicado para qualquer corredor.

Para facilitar sua vida, explicaremos 3 características fundamentais para você considerar na hora de escolher o seus tênis. E, ao final, ainda temos 10 rápidas e valiosas dicas para fazer uma boa escolha.

A indústria do tênis de corrida está sempre lançando novas tecnologias, com opções de moldes, solados, espumas, tecidos e vários recursos.

Tênis mais macios, tênis mais estáveis, pronados, supinados, neutros. Mas será que você realmente precisa dominar todos esses assuntos para fazer sua escolha? Nossa aposta é que não!

Tênis é uma escolha completamente pessoal. O que serve para uma pessoa nem sempre vai bem para outra, pois cada pé e cada corpo tem características distintas.

Por isso que você nunca verá alguém de nossa equipe sugerindo ou recomendando um tênis em específico.

E é por isso também que você nunca deve confiar cegamente na recomendação de um conhecido. Ouça opiniões para lhe ajudar na escolha, mas jamais use elas como fator principal de decisão.

O principal ponto a ser considerado na hora de escolher o seu tênis de corrida é a SUA percepção sobre o calçado, se lhe serviu bem, se o peso está legal, e se o pé está protegido e confortável. Conforto é a palavra chave!

E anote esse ponto:

É importante você usar um tênis que não tire toda a sua percepção do contato com o solo!

Tenha em mente que, durante a corrida, é fundamental o seu pé trabalhar para a realização de um movimento mais eficiente, que não seja lesivo e que não atrapalhe seu desempenho.

Dependendo do tipo de tênis, você pode não perceber a ação do pé, fazendo com que  seus músculos e tendões tenham uma ação de reação tardia para o movimento.

É como se fosse uma “anestesia”: o seu pé toca no solo e você não sente o movimento (ou pelo menos não sente como deveria sentir).

Veja o exemplo desse cachorro, que sempre percebeu o solo com suas patas descalças. Quando lhe colocaram calçados, ele perdeu completamente a percepção e suas passadas ficaram com a reação prejudicada.

E com seu corpo pode ocorrer a mesma coisa. Se você não o sente tocando o solo da melhor forma, ele também não responde da melhor forma, o que pode acabar em lesão cedo ou tarde.

Outro ponto:

Se você gasta dinheiro nos modelos mais caros na expectativa de não se lesionar, então se prepare para uma notícia reveladora:

A solução (ou prevenção) para dores ou lesões NÃO está no tênis!

Nenhum modelo, por melhor ou mais caro que seja (e tem muitos tênis excelentes por aí!) não poderá te salvar de vez de uma lesão atual ou no futuro.

A única coisa que te ajuda a prevenir (ou até sanar) uma lesão é um corpo bem preparado para corrida.

Essa preparação, dentro do que defendemos no Método Corrida Perfeita, envolve uma combinação de fortalecimento específico com treinamento da técnica de corrida, ou seja, da forma como você corre. No final deste artigo vamos te dar boas dicas a respeito.

Antes, vamos levantar as 3 características fundamentais a analisar no tênis, para não errar na hora de escolher. Atenção especial à terceira!

#1 – Analise a maciez

A princípio, você pode achar que maciez é algo bom, porque significa conforto.

Até aí tudo bem, mas há um detalhe: maciez demais significa também instabilidade do seu pé.

É como se você estivesse o tempo todo pisando em uma plataforma irregular, o que faz sua musculatura trabalhar o tempo inteiro para equilibrar o corpo, o que acaba sobrecarregando suas articulações, como joelhos e tornozelos.

Há também muitos casos de dores na região da canela associadas aos tênis muito macios e sem estabilidade.

Guardadas as devidas proporções, como esses tênis, é como se você pisasse nesses discos de equilíbrio para exercícios:

Portanto, a dica aqui é escolher um tênis confortável em maciez, porém observando se ela não é excessiva ao ponto de tirar a estabilidade do seu pé a cada passo.

É o tipo de coisa que só você e mais ninguém poderá avaliar. Depende da sua percepção ao calçar e pisar com os tênis!

#2 – Tênis duro demais

Você pode ter concluído a leitura do tópico anterior com a ideia de que um tênis bem firme é o melhor para correr…

Só que não é bem por aí!

A firmeza do calçado vai atuar justamente de forma contrária ao tênis macio: proporcionando mais estabilidade e permitindo que você perceba melhor o impacto da passada.

Em tese, não há problema algum nisso, quando se tem um corpo forte e uma forma de correr eficiente, que suportem bem o impacto de passadas mais firmes e sem muito amortecimento do tênis.

Porém, quando a musculatura não está preparada e a técnica não é tão eficiente, o risco de se lesionar é grande com tênis muito rígidos.

Logo, fica aqui uma pergunta para você pensar:

O que compensa mais? Fortalecer seu corpo, cuidar da forma como você corre e ter mais liberdade para escolher seus tênis? Ou ficar dependendo de uma escolha “ideal” de tênis para o resto da vida?

 Ao final do texto, vamos te mostrar uma maneira simples e rápida de fazer esse tipo de preparação do corpo, que vai lhe oferecer total dependência.

#3 – Atenção ao “drop”

É chamado de “drop” a diferença de altura entre a parte da frente e a parte de trás da sola do tênis de corrida, conforme ilustrado na imagem:

O problema do drop maior começa na largura do solado. De maneira geral, os tênis que possuem maior drop costumam ser também modelos bastante macios, com sola larga.

Como dito no início do artigo, é interessante que você perceba o impacto da passada e, assim, treine uma boa resposta muscular.

Mas o muito drop alto pode não ser tão interessante também por conta de outros fatores, até mais graves que a grossura da sola.

Quanto maior o drop, mais o tendão calcâneo se encurta, jogando a tensão toda sobre o músculo da panturrilha.

É a mesma coisa que acontece em um salto alto: o tendão simplesmente não trabalha da melhor forma e a força recai toda sobre a panturrilha.

Só que para uma corrida eficiente, o tendão precisa trabalhar. De uma maneira geral, o drop do tênis pode dificultar o aproveitamento de cada passo, porque ele muda o ângulo do pé.

Sem as “molas de impulso” dos pés, fica mais difícil impulsionar o corpo para a frente. Ou seja, você terá mais energia gasta, mais cansaço e menos eficiência mecânica.

Portanto, quanto menor o drop, maior será a possibilidade de aproveitamento total do potencial elástico do seu corpo.

Mas, novamente, é importante ressaltar: assim como na escolha da maciez do tênis, no caso do drop, não adianta escolher um “drop zero” sem investir em fortalecimento e no movimento de corrida em si.

E tenha mais cuidado com drops muito exagerados.

A melhor sugestão é que você diminua aos poucos o drop dos seu tênis e vá trabalhando força, técnica e também mobilidade para “despertar” a atuação eficiente do seu tendão. Como dito, ao final do texto, você vai saber como fazer.

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